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sábado, 13 de setembro de 2025

Foi quase...Amor!


 Quase uma noite de paixão...quase um mar por desbravar

Uma sombra quase claridade...sonho quase...quase amor

Uma boca quase beijo...um vazio quase abraço...um olhar

Um toque por sentir...um amor por fazer...frio quase calor


Quase duas mãos entrelaçadas...quase uma história de amor

Quase um rosto que esqueceste...um olhar que enfeitiçaste

Quase tudo e quase nada...uma lágrima de tristeza...uma flor

Um carinho quase ternura...rosa negra que em mim deixaste


Uma noite quase cio...um beijo adormecido...riso quase dor

Um sonho quase infinito... voo quase céu...treva quase luar

Olhar quase veludo...corpo quase seda...gemido quase amor

Vendaval quase brisa...tempo quase vida...ilusão quase real


Uma manhã quase claridade...um murmúrio...quase ternura

Um grito quase suspiro...alma quase voo...céu quase branco

Um mar quase azul...onda quase serena...grito quase doçura

Solidão quase loucura...um sorriso triste...olhar quase pranto


Um caminho quase destino...um espelho...uma lembrança

Uma treva quase sol...um frio quase fogo...um olhar vazio

Uma noite quase dia...quase um momento...uma esperança

Um poema quase infinito...rosa quase veludo...eco no vazio


Quase um momento...quase um instante...quase eternidade

Quase um abraço...quase um sorriso... rosto quase ternura

Quase um afago...quase corpo...quase desejo...só saudade

Quase um olhar ...quase ilusão...quase...quase loucura


Rosa Maria ( Maria Rosa de Almeida Branquinho )


quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Queria Voltar a Mim!


 Queria voltar ao ventre onde nasci...ser planície em flor

Despida de tudo que me vestiu ser de novo inocente e pura

E voltar a afagar as rosas que ficaram do tempo do amor

Nesse lugar infinito onde era apenas uma gota de ternura


Queria regressar aos caminhos floridos da minha infância

Correr sem destino e sem tempo certo para a mim voltar

Escrever o meu nome no azul do meu olhar de esperança

E abraçada à minha alma...voltar novamente a esse lugar


Queria não ter medo de viver...ter a paz de estar adormecida

Deixar este sentimento de não ser este cansaço de não estar

E como uma estrela cadente iluminar a noite em despedida

Nesse voo agonizante da gaivota perdida que volta ao mar


Queria voar para onde o meu corpo jaz...nas asas da morte

E pousar no mármore mais frio...afagar a noite mais escura

E no abismo mais profundo...partir para além do horizonte

Como se fosse pedra adormecida que no meu peito perdura


Queria ainda voltar ao caminho dos meus passos de criança

E nesta carne que me veste afagar a minha alma já cansada

De percorrer os labirintos que me levam à casa da infância

Como uma sombra errante procurando na noite a alvorada


Queria não ter presente nem passado nem este olhar sombrio

Que não sabe por quem chora se pela mulher ou pela criança

Se pelo meu fim ou meu começo ou pelo amor que me vestiu

E num gesto de abandono voltar aos labirintos da lembrança


Rosa Maria (Maria Rosa de Almeida Branquinho)


domingo, 27 de julho de 2025

No mais fundo de mim!

No mais fundo de mim corre o tempo...esgotam-se as horas

Morre-me o rosto no espelho...esvai-se a vida no meu olhar

Esqueço os caminhos e esvazio os meus braços nas demoras

Prendem-se os gestos e rasgam-se os momentos por revelar


No mais fundo de mim...vivo a sós no meu corpo de mulher

Grito e não me ouço...vejo-me e não me pressinto...anoiteci

Eternizando a noite no silêncio do tempo na solidão da pele

No instante dos sentidos quero ficar assim...longe de mim


No mais fundo de mim há um mar revolto por onde navego

Uma alma inquieta esquecida de ser...uma derradeira ilusão

Uma voz que cala meus sonhos...a quem vazia me entrego

Vestida de Outono caminho pelas vielas escuras da solidão


No mais fundo de mim adormece a noite...de mim cansada

Num silêncio tão gritante numa presença tão de mim ausente

Num instante tão presente...uma prece no meu corpo sufocada

Nas noites de ternura tão despidas...apenas a solidão me sente


No mais fundo de mim...trago uma Primavera a anoitecer

Uma rosa negra partilhando a minha dor...na vida que morreu

No meu coração trago uma ferida a arder...um espinho a doer

No nada que nunca serei...um instante que guardei...outro eu


No mais fundo de mim é noite fria...o Inverno goteja mágoas

O meu corpo grita desejos tateando a escuridão...o frio o nada

Nas minhas mãos apenas guardo o sabor amargo das lágrimas

Fogo adormecido das cinzas esperando o renascer da alvorada


Rosa Maria (Maria Rosa de Almeida Branquinho)



 

terça-feira, 1 de julho de 2025

De dor em dor!

De dor em dor..escrevo-me e descrevo-me...desnudo a alma

Grito em silêncio...semeio palavras raízes que lanço ao vento

Colho a amargura...bebo a solidão e mastigo a minha mágoa

Morrendo em cada anoitecer vai por mim passando o tempo


Quando enfim adormecer sonharei com amores enluarados

Com moribundos desejos...os braços e os abraços sem nós

A minha boca na tua...o frio...os gestos no corpo sufocados

A urgência da vida...a sombra da morte num grito sem voz


Apenas o murmúrio do vento me sente...meu corpo desperta

Na penumbra onde me perdi no desvario onde me inventei

Nos suspiros que o tempo gastou na solidão que me enfeita

Na despedida do amor nos caminhos onde não me encontrei


Despi o azul da minha infância vesti meu olhar de solidão

Envolvi-me nos meus braços...esperei em silêncio por mim

Guardei os restos de quem fui...pedaços de sonhos e ilusão

Quebrei o espelho e no meu rosto procuro onde me esqueci


O Outono varreu as ilusões...levou-me do amor a emoção

Apenas deixou este amor infinito que ainda arde em mim

Este vazio...esta saudade...esta ternura abraçando a solidão

E no meu corpo amordaçados os sonhos que para ti esculpi


Tudo já perdeu o sentido...as tuas palavras já emudeceram

A noite vestiu-se de negro cetim...meu corpo despiu-se de ti

O fogo da minha boca gelou...os cabelos embranqueceram

Hoje...decidi não sentir mais nada e de penumbra me vesti


Rosa Maria ( Maria Rosa de Almeida Branquinho )