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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Pausa...


Queridas amigas e amigos

Vou fazer uma pequena pausa...Tenho a minha “asa” direita com uma tendinose, não consigo estar muito tempo a escrever e como gosto de comentar com o carinho que merecem, prefiro dar um tempo até as dores melhorarem, estou a tomar anti-inflamatórios e relaxantes musculares, vamos ver se não demora muito a fazer efeito.
Entretanto deixo o meu carinho de sempre e um beijinho


domingo, 17 de fevereiro de 2013

É tarde...tão tarde...


É tarde...tão tarde...deixem-me docemente adormecer
Na margem dos sonhos desfeitos...dos desejos proibidos
No meu corpo em desalinho...na minha boca a entardecer
No meu rosto a envelhecer...na dormência dos sentidos

É tarde...tão tarde...repicam os sinos e esgota-se o tempo
Agosto passou...o frio secou as rosas que em Maio abriram
O céu ficou cinzento e o meu pobre corpo foi flor ao vento
A chama apagou-se...o Verão findou e as rosas não floriram

É tarde...tão tarde...a noite é tão noite e o amor tão distante
A solidão tão presente...a alma tão ausente...o coração ferido
O céu tão longe...o tempo tão breve...o amor é um instante
E eu de mim esquecida...e o meu corpo no limbo perdido

É tarde...tão tarde...as pedras estão gastas...os sonhos rasgados
As brumas cada vez mais densas...e eu cada vez mais ausente
A minha alma cada vez mais nua e o meu corpo mais gelado
A tua presença mais distante e a morte da noite mais presente

É tarde...tão tarde...as estrelas não brilham e o céu não é eterno
A noite não amanhece e o corpo que me veste arde em silêncio
Deitado sobre as cinzas da ilusão...chamas ardentes do inferno
Neste corpo que é terra de ninguém...perfumado de incenso

É tarde...tão tarde...as asas quebraram-se...a poeta morreu
A vida é apenas um instante...os sonhos são uma doce ilusão
A esperança é uma quimera que na minha alma adormeceu
No regaço da noite tão longa...nas asas tão negras da solidão

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Recorda-te de mim...


Quando enfim morrer o que no corpo choro...recorda-te de mim
Esquece os vãos devaneios que mil vezes chorando te segredei
Não lembres os sonhos que sonhei...morreram meu amor sem ti
Agonizaram com os últimos desejos que neste corpo amordacei

Quando do céu azul mais nada existir que um muro de pedra fria
E de mim nada mais que um grito mudo...uma sombra sem vida
Perfuma-me de violetas...veste no meu corpo o véu de nostalgia
Esquece-te do meu nome e deixa-me seguir essa estrela perdida

Quando a escuridão cobrir o meu olhar nublado...acende uma vela
Aos meus desfeitos sonhos de amor que em vida foram sepultados
São as rosas mortas que jazem a meu lado...restos duma quimera
Que prendi nas mãos vazias e guardarei no meu corpo sufocados

Quando de mim não restar mais nada que o silêncio duma prece
E os sinos por mim dobrarem...deixa-me meu amor partir enfim
Para o tempo além do tempo onde o que me vestiu se desvanece
No mármore frio da ilusão...deixa-me voar para longe de mim

Quando do meu rosto anoitecido...docemente rolar uma lágrima
Guarda-a no teu coração...como um derradeiro gemido de amor
Como o último gesto de ternura do meu corpo vestido de mágoa
E eternamente abraçado pela sombra silenciosa da minha dor

Quando as cores do sol poente...do meu rosto frio se apagarem
Recorda-te de mim e deixa-me voar livremente num céu só meu
Quando a noite deixar de amanhecer e os meus olhos chorarem
É porque o meu corpo é eternidade e o meu ventre adormeceu