segunda-feira, 30 de abril de 2012
Sou amante da noite...
Sou amante da noite...num misto de amor
e raiva...de ternura e ódio...embriago-me da tua escuridão...bebo
as trevas...saboreio a sicuta que me ofereces...cálice doce e
amargo que bebo pelas vielas negras da desilusão...fazes-me meretriz
e escrava do teu abraço doloroso e frio...do teu beijo de fogo e
mágoa invadindo os meus silêncios...profanando os meus
sentidos...tocando as minhas mãos e bebendo do meu corpo o sangue
que escorre dos gestos adormecidos...escurecendo as vestes vermelhas
da paixão num eterno grito de amor e dor...numa lava incandescente
escorrendo do teu leito adormecido...sem palavras...sem
promessas...sem amor...apenas tu noite...deitada sobre o meu
corpo...me deixas carícias de vento
À noite me dei...à noite que me rasga
e me redime...que me devasta e acarícia...veste-me de negro e alúmia
o abismo que me chama numa suave sedução...numa voz envolvente onde
me perco e me entrego...nua de mim...vestida com as cinzas que
derramas nos meus sonhos...véu negro onde me envolves e me prendes
numa teia invísivel numa infinita submissão.
És paraíso e inferno...instante
derradeiro onde descanso o meu pobre corpo...tão nú de
carinho...tão sedento de eternidade...tão transbordante de
lamentos...tão enamorado da tua escuridão...da tua doce solidão.
Sou a tua ninfa perdida...e tu noite és
a musa da minha poesia...o manto de veludo no mar tempestuoso do meu
peito...a muralha de silêncio entre o gesto e as demoras...a
derradeira margem entre o sono e o sonho...o véu negro do meu
despertar...a muda inconciência da carne...o túmulo dos meus
desejos...o espelho do meu entardecer...a sepultura dos meus
anseios...o exílio dos meus devaneios...a morte das minhas quimeras.
Nas tuas palpebras...chorei
Invernos...desfolhei todas as mágoas...rasguei na minha pele o
tempo...através das tuas sombras me dei à dor...na placidez da
aurora a ti me entreguei...tão nua...tão tua.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
O meu poema "Perguntei ao Amor"...declamado por PedrasNuasAfonso
O meu poema “PERGUNTEI AO AMOR” que ganhou vida na voz
bonita de PEDRASNUAS(http://passosnoescuro.blogspot.pt/) que
aceitou o meu desafio e fez das minhas palavras, que por vezes
são o veneno que escorre dos dedos...silêncios que se gritam...
almas que se desnudam...e que apenas quem as sabe sentir
aceitou o meu desafio e fez das minhas palavras, que por vezes
são o veneno que escorre dos dedos...silêncios que se gritam...
almas que se desnudam...e que apenas quem as sabe sentir
consegue fazer delas uma intensa e doce melodia.
E tu...das minhas palavras feridas...fizeste rosas de Maio
OBRIGADA
OBRIGADA
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Num voo breve...
Num voo breve...entrego a minha alma nas asas do vento
Na moribunda agonia da vida...na doce solidão da morte
Na melancólica tristeza dos poentes...na bruma do tempo
Nas amarras das gaiolas...no abraço amargurado da noite
Num voo breve...de mim parto...vagando no céu docemente
Silenciosamente...e com uma lágrima no olhar me despeço
Com um grito nas mãos...à terra me entrego serenamente
No mármore branco das palavras...no silêncio dum verso
Num voo breve...numa viagem sem volta...no céu sem fim
Esquecida na margem da vida...perdida entre os ciprestes
Menina-Mulher...nostálgica memória daquela que esqueci
Rasgando silêncios...bebendo vazios por caminhos agrestes
Num voo breve...adormeci a solidão...abracei a sepultura
Amordacei nos braços o amor...caminhei rumo à eternidade
Levando no meu corpo uma rosa...no olhar restos de ternura
No coração sonhos desfeitos...nas minhas mãos a saudade
Num voo breve...vou com a noite...de roxas violetas vestida
Vagando no sono eterno...envolta no negro véu da nostalgia
Entoando uma melodia silenciosa...de recordações despida
De rosas vermelhas coberta...voa minha alma branca e fria
Num voo breve...vou no rasto do tempo...no branco da morte
Levo na memória os rostos que amei...os sonhos que perdi
Entre o gesto e a sombra...partirei serena...no clamor da noite
No estertor da vida...no fundo dos meus olhos na dor do fim
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Vestida de sol poente...te sonhei
Vestida de sol poente...na loucura dos meus sonhos te amei
Nas tuas mãos fui poema de amor...nos teus braços a ternura
No teu corpo soletrei a paixão...em versos e prosas te sonhei
Voei num céu sem nuvens..fui gaivota voando na noite escura
Vestida de sol poente...escrevi palavras loucas deitadas ao vento
Num grito calado despi do meu corpo o Outono...fui Primavera
Envolta em perfume de rosas...bordei a fios de ouro o desalento
Fui ave na imensidão...sonhei um sonho de amor...fui quimera
Vestida de sol poente...a fio de desejo os meus sonhos bordei
Murmurei palavras de amor que o vento levou...fui brisa e mar
De cetim vesti o meu corpo...que nos meus sonhos te entreguei
Voei sem ter asas...fui a claridade da madrugada no teu olhar
Vestida de sol poente...parei o tempo e vesti no corpo a ilusão
De pétalas perfumei o momento...de instantes pintei a vida
Prendi no meu rosto um sorriso...no meu olhar a imensidão
Quiz-te sem te ter...amei-te sem querer...fui mulher perdida
Vestida de sol poente...nos meus braços te sonhei...em mim
No silencio da noite desejei o teu corpo...meu altar de solidão
Murmurando palavras de amor...na luz da manhã adormeci
Cansada e sem mim...imaginei amor no meu rosto a tua mão
Vestida de sol poente...bebi da tua boca o perfume das rosas
De maresia vesti o meu corpo...perfumei os sonhos de ternura
Nas sombra dos teus gestos...escrevi poemas dedilhei prosas
Na noite imensa te chamei...perdida entre a dor e a loucura
sábado, 7 de abril de 2012
terça-feira, 3 de abril de 2012
É na noite que me abraço...
É na noite...que me abraço...que de solidão me inundo
Que sinto o meu corpo em sangue e pulsa em mim a dor
É na noite...que grita em mim este eterno silêncio mudo
Que poisa em mim a nostalgia...que te chamo meu amor
É na noite que não me tenho...é na noite que te invento
Que te sonho... que a ilusão se veste de desencanto
É na noite...que te sinto...que te grito o meu lamento
Que te escrevo e te lembro...que o amor se faz pranto
É na noite...que não te tenho...é na noite que te espero
Que procuro o teu olhar... perdido no silêncio do vento
É na noite...que me perco de mim...e o meu corpo velo
Que me inundam de solidão...os espinhos do meu leito
É na noite...que no meu rosto...se desenha a tristeza
O meu corpo entra em devaneio...e navega sem destino
É na noite...que é um mar de ilusão...te chama e deseja
Que os meus braços vazios...procuram o teu carinho
É na noite...que não sei quem sou...que um rio me inunda
Os fantasmas que me seguem...na minha cama se deitam
É na noite...que no meu sonho...me envolvo na penumbra
Que renasce a solidão...os meus lábios de vazio se enfeitam
É na noite...que a poesia em mim navega...me desnuda
Que me escrevo...e as palavras se arrastam mudas no chão
É na noite...que das minhas mãos...se solta uma prece muda
Que o silêncio é maior...e o meu corpo se veste de solidão
Subscrever:
Mensagens (Atom)