quinta-feira, 29 de julho de 2010
Renúncia
Na minha renúncia...perdi-me de mim, nesta dor que me vence...ficou a vida...meus destroços, abandonados entre as ruínas de um amor amortalhado...na distância que nos separa...onde repousa o meu olhar sem cor...no teu olhar frio...espalhando o silêncio, nesta agonia onde o vazio se fez espaço habitado de penumbra...na memória ainda quente...dolorida recordação de feridas antigas...flores mortas no meu peito...na angústia do tempo...no meu rosto de solidão...nas madrugadas sem retorno, num esquecimento de afecto e memória...no meu olhar...todas as despedidas...no frio que ficou suspenso em tantas noites...no vazio que se entranha no meu corpo...esgotado de esperar um afago...um carinho...uma noite de amor...um adormecer sem lágrimas...um suspiro sem pranto...um sonho sem pesadelo...um instante de ternura...uma noite sem solidão.
Estendo os braços à noite...só encontro a solidão
Ressoando no silêncio...o abismo onde me perdi
No meu peito um grito...rasgando a escuridão
No meu corpo a ausência...no vazio que está em ti
No vazio...ficou o silêncio...minha mordaça
Nos meus braços...só a noite..a recordação
Nas minhas mãos...o nada...no tempo que passa
Na minha boca...um beijo...um olhar de solidão
Na noite...meu coração chora magoado
É silêncio...é sangue a correr do meu peito
Chora de abandono...chora um amor passado
Chora a saudade...chora um sonho desfeito
Queria a primavera...que ficou na minha infância
Onde apanhava flores...nas manhãs luminosas
No meu olhar...onde morava a esperança
Renascia em cada dia...no meu peito havia rosas
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Marcas
Sou árvore caída...esquecida...sou vazio
Vivo a tristeza...que tortura...que é dor
Nas folhas mortas...que meu corpo vestiu
Sou terra seca...corpo sem amor
Sou vida vazia...marcada na dor
Cais abandonado...barco naufragado
Na minha alma o vazio...sem amor
Dentro do peito...chora o passado
Queria ser a Primavera do meu sonho
Não o gemido deste triste Inverno
Queria a alvorada...sou abandono
Adormeço na dor...acordo no Inferno
No meu sofrimento...na minha loucura
Nas minhas lágrimas...todas as vidas e mortes
Toda a impotência...toda a amargura
Todo o sofrimento...todos os desnortes
Triste saudade...que no meu coração choras
Na lembrança...de tudo que fugiu de mim
Na eternidade...onde tu felicidade moras
Marcas profundas...de tudo que não vivi
Choro sobre mim...choro por mim
Nas sombras da noite...chamo a eternidade
Aboboda escura...sou sombra de ti
Na solidão da noite...choro a saudade
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Corpo Vazio
Há no vazio um abismo negro, de emoções apagadas...dias despidos de vida...manhãs cansadas...cinza negra...escorrendo do meu peito...nas palavras gastas pelo tempo...num silêncio dolorido...clausura de sentires...marcas de dores, que o vazio deixou...lado escuro da noite...que me vestiu de madrugadas por viver...no frio que me percorre o corpo...nua de amor...solidão a dois...prazer inventado...sombra de desejo...no vazio que arde em mim...rasgando o meu corpo...restos de chama desvanecendo-se...leito de mágoa...onde não estamos...não somos...no desejo que ficou em mim...ardendo em sangue...nos lençóis que não se desfazem...ficou apenas o silêncio...morrendo no meu corpo...perdido na ausência...no frio que nos separa...no nada que sobrou de mim...dor do tempo...despida de madrugadas...sonhos perdidos...pétalas negras...lágrimas do meu corpo adormecido...neste leito de penumbra...noite gelada de solidão...abraçando meu corpo de Outono.
Escrevo na noite...este vazio que se fez loucura
Meus sentidos alucinados...amordaçados...feridos
Vagando na solidão...alma perdida em amargura
Num abismo profundo...ficaram meus sonhos perdidos
A solidão percorre-me o corpo...nua de amor
Noites e madrugadas...prazer inventado
Percorro o vazio...nas rimas da minha dor
Cravada no meu peito...a mágoa do meu passado
No meu corpo adormecido...arde uma lembrança tua
Obscura sombra...frio do tempo...na noite perdida
Desejo...morrendo em mim...na sombra da lua
No vazio de ti...ficou em mim...saudade sentida
Sou o lamento...a dor que o passado deixou
Sou a voz calada...num grito de solidão
Sou o desejo...que no meu corpo ficou
Sou a noite...rasgando a escuridão
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Profundo de mim
Caminho em vales de águas profundas
Minha alma anoitece...nas lágrimas que choro
No infortúnio onde navego...nas preces mudas
No breu da minha solidão...por ti morte imploro
Morre a tarde...dobram os sinos...alma moribunda
A esperança agoniza...no meu olhar...na minha voz
No meu coração...solta-se uma mágoa profunda
Tomba em mim a noite...minha amante...meu algoz
Fria, lenta...esta agonia...abismo sem fim
Tempo sem tempo...infinito de solidão
Negra noite...negro destino...onde me perdi
Nesta dor sem tréguas...amortalhei o coração
As horas caiem...no meu silêncio...meu entardecer
É Inverno na minha alma...chove no meu olhar
Sinto o frio...na sombra dum sonho a morrer
Gritando dentro de mim...uma dor a soluçar
Sopra na minha alma na noite sombria
Uma dor lancinante...um medo de viver
Um peso que guardo em mim...lenta agonia
Um querer...não querer...o nascer do dia
Minha poesia...desliza dos meu dedos...em oração
Gritando as dores...o infortúnio...minha saudade
Memória sem memória...rima esquecida no chão
Folha morta do meu ser...na minha alma...a eternidade
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Perdida de Mim
Há em mim o vazio da noite...as minhas mãos continuam vazias...o meu coração está morto...é pedra fria...esperando na noite que morra o dia...esperando em mim o esquecimento...nas palavras contidas na sombra...vazio de um tempo que foi partilhado...que hoje é lágrimas apenas...traços de passado escorrendo por entre os meus dedos...dias gastos...cravados em mim...amargos...sabor a sangue...alma sombria...a rasgar-me o peito um grito...a tortura da ausência...terra seca de sentires...mortos na dor...nos enganos...nas sombras que em mim se encerram...sombras de morte...jazendo em mim...sem regresso...perdida nas lembranças...caminhando no abismo...só...rasgando-me o corpo e a alma...num rosto cansado...na noite que em mim mora...na solidão que sou...na saudade de quem fui...no céu que chora em mim...na distância que nos separou...tempo somente...agreste...na memória um frio de Inverno...manto negro, onde me choro nas madrugadas...que são noite...destroços amargos...trago de fel...mágoas que escorrem das minhas mãos vazias...nos meus olhos tristes de saudade...sem palavras...sem gestos...refém da vida...refém de mim...na eternidade que chamo...grito profundo...numa dor que é eterna...esquecida no tempo...perdida de mim.
Repousa em mim o silêncio...num corpo despido de vida
Momentos efémeros...fazendo do tempo cansaço
Dormência perpétua...pedaço de terra revolvida
Mais uma noite...no corpo vazio...nem um abraço
A solidão sou eu...vivida...presa em mim
Perdida no vazio...esquecida de ser...quem sou
Olhos fechados à vida...na ausência de estar aqui
Enterrado na memória...um sonho que se esfumou
Tanta longura...céu azul...que a vida enegreceu
Sofocante imensidão...na alma...um grito amordaçado
No limite da dor...quem eu fui...no meu peito morreu
O meu coração cansado...chora a vida...chora o passado
Sou flor morta...abismo da minha dor
Fui rosa em botão...no jardim da felicidade
Hoje flor perdida...neste Inverno de amargor
Onde ficaste vida...folha esquecida...só saudade
domingo, 4 de julho de 2010
Vento a Soluçar
No meu olhar...há o vazio da ternura...resto de vida
Braços inertes...boca vazia...meu rosto dormente
No meu corpo o vento da noite...folha caída
Neste silêncio profundo...meu coração já nada sente
Sou uma nuvem cinzenta...sou o vento a soluçar
Sou a chuva...o silêncio...o lamento da saudade
Sabor amargo...farrapos de sonho...no meu olhar
No meu coração...vive a noite...a eternidade
Sou a dor do tempo...a mágoa na voz do vento
Fim de tarde...escuridão na noite...cais de solidão
Sou alma amargurada...meu poema em sofrimento
Sou o entardecer da vida...Inverno duma paixão
O meu peito...é morada de incerteza
Refugio de mim...no deserto da saudade
Na boca apagou-se o beijo...do meu olhar a beleza
Descansa em mim a noite...esperando a claridade
Imenso...dolorido...vazio que no meu peito ecoa
Pisando minha alma...em cruel desalento
Folha arrastada pelo vento...dor que magoa
Esperança agonizando...nos meus olhos um lamento
Procuro em mim o segredo...onde se envolve a solidão
Procuro onde me perdi...na memória do que era
Prendo-me a uma imagem...que guardei no coração
Quando a minha alma...era eterna Primavera
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