Trago as minhas mãos geladas com o frio que vem das tuas
Embalando a dor que adormece no meu corpo...tão cansado
Cheio de silêncio e frio nas longas e solitárias noites tão nuas
No inferno da carne afagando a solidão que dorme a meu lado
Trago a noite presa nos meus dedos gemendo infernos de dor
Neste manto que arrasto na penumbra do meu frio entardecer
Neste leito de amargura onde vou bebendo o veneno do amor
Como se fosse um abraço mortal que me faz morrer e renascer
Trago no meu corpo lembranças dum tempo que não vai voltar
Folhas escritas com o sangue da paixão...que o Outono despiu
Gestos adormecidos nas minhas mãos tão dementes de esperar
Que um vento suave venha acariciar a minha pele cheia de frio
Trago na alma esta vontade de infinito...esta sede de vastidão
Este desejo de fechar os olhos e adormecer além do horizonte
Levando comigo todas as mágoas e os sonhos fechados na mão
E assim caminhar na calma do entardecer...triste como a noite
Trago dentro do meu coração uma rosa vermelha a sangrar
Um doce travo de veneno onde bebi toda a solidão do mundo
No meu rosto trago a lonjura do tempo que passou sem ficar
E deixou no meu corpo um vazio infinito...um grito profundo
Trago no peito um oceano de incertezas...um mar de sargaços
Um coração em chaga...uma ferida a sangrar...espinho a doer
Num lençol de mágoa um abraço quase vento nos meus braços
No meu olhar trago uma gota de ternura e uma lágrima a correr
Rosa Maria (Maria Rosa de Almeida Branquinho)
Boa noite de Paz, querida amiga Rosa!
ResponderEliminarTodo o poema gira em torno da solidão deixada por um frio coração.
"Trago no meu corpo lembranças dum tempo que não vai voltar".
Assim, a poesia se torna amiga e ocupa todo espaço vazio do peito.
Muito bonita sua poesia.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos
Sentimento a for da pele....parabens. saludos
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