BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Voltando...Com Saudades



SOU MULHER MADURA...

Sou mulher madura...tarde de Outono e fogo do sol poente
Trago na memória a terra ardente da minha planície dourada
Nas mãos tenho a doçura de Maio...seara que já foi semente
Trago no sangue raízes profundas...no ventre da terra lavrada

Sou mulher madura...trago no meu corpo as marcas do amor
Palavras e gestos gravados a fogo na alma que teima em viver
Trago sonhos desenhados no gume da faca...no dorso da dor
Desejos dormentes nas mãos...que teimam em não adormecer

Sou mulher madura...trago no meu olhar a imensidão do vazio
Neste sangue queimando-me as veias...presságio de tempestade
Minha poção de sicuta...que lentamente vou bebendo e esvazio
Todo o veneno que contém esse pó que se chama eternidade

Sou mulher madura...trago no meu rosto o clamor do vento suão
Nas mãos tenho o orvalho das manhãs o desassossego da noite
Sou o canto profundo da madrugada...sou o mármore da paixão
Sou um grito de revolta dentro e fora de mim...sou vento norte

Sou mulher madura...amante doce da noite...a sombra da lua
Sou o lado obscuro do espelho...o princípio e o fim da estrada
Nada foi meu...nem mesmo essa cama onde me entreguei nua
Nesse breve e fugaz instante onde fui em ti o sol da madrugada

Sou mulher madura...amei demais...chorei demais e não me amei
Sou a carícia de um gesto fingido...solitária ruína do que não fui
Sou eu a esconder o rosto entre a solidão...onde me enclausurei
Com o corpo rasgado...as veias em chaga onde o sangue não aflui

Sou mulher madura...trago na pele o cansaço de passadas auroras
No meu rosto um sorriso desfeito...na boca o silêncio duma prece
Cinzeladas a fogo na carne trago as ilusões de todas as demoras
Nos cabelos a cor das nuvens...marcas do tempo que se desvanece


Quero agradecer as palavras carinhosas que me deixaram na minha ausência. A minha "asinha" ainda não está a 100%, mas vou tentar visitar os vossos cantinhos, pedindo desde já desculpa se demorar mais que o costume.
Deixo o meu beijinho com carinho e muitas saudades.
Rosa



quinta-feira, 21 de março de 2013

DIA MUNDIAL DA POESIA



Queridas amigas e amigos...não poderia faltar aqui neste dia da poesia para dar os parabéns a todos os poetas e poetisas.
E deixar este selinho para comemorar o Dia da Poesia e ao mesmo tempo agradecer o carinho que me deixaram em cada palavra de afecto e ternura.
Estou melhorando, mas ainda me custa muito escrever,não consigo estar muito tempo a digitar por isso peço desculpa de não agradecer individualmente a cada amiga e amigo que por aqui passou desejando-me as melhoras.
Espero voltar em breve...entretanto deixo este texto que tinha escrito há algum tempo.

Um beijinho com carinho
Rosa

O selinho está aqui: http://rosasolidao2.blogspot.pt/



A poesia é uma viagem em silêncio entre a pele e a memória...um vôo ao infinito...uma descida ao inferno...feita de luz e sombras...ir além do corpo...penetrar na alma entre chegadas e partidas...
latejando no corpo em fogo...no desejo a arder...vermelho e negro...começo e fim...morrer e renascer...o autopsiar da alma entre o tempo e as memórias...o vermelho vivo do sangue...a hemorragia que escorre dos dedos...é a poesia.
A poesia faz amor com as palavras...devora bocados de solidão...despe-se na noite...veste-se de parágrafos...bebe-se lentamente...soletra-se docemente...uma página em branco esperando o derramar da ilusão...uma carícia sensual escorrendo como um rio de emoções.
A poesia é a carícia dos dedos...a voz que se entorna no papel...um grito mudo...um vazio intensamente cheio...uma dança sensual...vestida de ausência e repleta de silêncios.
A poesia é a maré dos corpos na rebentação das águas...o inferno trocado por bocados de eternidade...uma viagem de luz e sombra...na memória das feridas...entre sonhos e delírios...o caos e a tempestade...entre o céu e o inferno...está a poesia.
A poesia é um silêncio gritado na cumplicidade das mãos...no vazio da noite...na loucura de todos os poetas aprisionada no poema...uma armadura de aço que prende as mãos... que amordaça os gestos numa estrada de silêncio que apenas o poeta percorre...árido labirinto no vazio inabitável de lugar nenhum.
A poesia é a loucura de todos os poetas...os segredos da memória...prende e asfixia...escreve e descreve quase nada e quase tudo...é a viagem de um fim incerto...arquivos da mente a preto e branco...fragmentos do que se quer dizer...gritos do que se quer calar.


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Pausa...


Queridas amigas e amigos

Vou fazer uma pequena pausa...Tenho a minha “asa” direita com uma tendinose, não consigo estar muito tempo a escrever e como gosto de comentar com o carinho que merecem, prefiro dar um tempo até as dores melhorarem, estou a tomar anti-inflamatórios e relaxantes musculares, vamos ver se não demora muito a fazer efeito.
Entretanto deixo o meu carinho de sempre e um beijinho


domingo, 17 de fevereiro de 2013

É tarde...tão tarde...


É tarde...tão tarde...deixem-me docemente adormecer
Na margem dos sonhos desfeitos...dos desejos proibidos
No meu corpo em desalinho...na minha boca a entardecer
No meu rosto a envelhecer...na dormência dos sentidos

É tarde...tão tarde...repicam os sinos e esgota-se o tempo
Agosto passou...o frio secou as rosas que em Maio abriram
O céu ficou cinzento e o meu pobre corpo foi flor ao vento
A chama apagou-se...o Verão findou e as rosas não floriram

É tarde...tão tarde...a noite é tão noite e o amor tão distante
A solidão tão presente...a alma tão ausente...o coração ferido
O céu tão longe...o tempo tão breve...o amor é um instante
E eu de mim esquecida...e o meu corpo no limbo perdido

É tarde...tão tarde...as pedras estão gastas...os sonhos rasgados
As brumas cada vez mais densas...e eu cada vez mais ausente
A minha alma cada vez mais nua e o meu corpo mais gelado
A tua presença mais distante e a morte da noite mais presente

É tarde...tão tarde...as estrelas não brilham e o céu não é eterno
A noite não amanhece e o corpo que me veste arde em silêncio
Deitado sobre as cinzas da ilusão...chamas ardentes do inferno
Neste corpo que é terra de ninguém...perfumado de incenso

É tarde...tão tarde...as asas quebraram-se...a poeta morreu
A vida é apenas um instante...os sonhos são uma doce ilusão
A esperança é uma quimera que na minha alma adormeceu
No regaço da noite tão longa...nas asas tão negras da solidão