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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ausência



Estou perdida nesta ausência
De horas vazias sem mim
Há palavras de demência
Em horizontes que perdi
No encontro das noites paradas
Sem fim...sem começo
Esperando...chamando as Alvoradas
Sonho...choro...enlouqueço

Descanso em mim...torturada
Enquanto a noite cai...devagar
Vem noite...vem minha amada
Envolver-me em sonhos de luar
Magoa-me a saudade..a lembrança
De sombras de noite...nos meus braços
Caminha para mim doce esperança
Eco e murmurio dos meus passos

quinta-feira, 29 de outubro de 2009




O hoje está tão longe, inalcansável, num horizonte inexistente de alma torturada, no hoje que não será amanhã, sem vontade nem força, um hoje que é atravessado pela tempestade, num silêncio de trovões, como numa vertigem, a iluminarem a minha alma de negro, a embaciarem a luz do meu rosto...lentamente, como se ainda existisse alguma coisa, no amanhã de todas as coisas invisiveis, sem sentido, no vazio  de uma ausência sem esperança, povoada de lembranças, numa falha do tempo, vejo-me numa aceitação pacifica, nem triste nem decepcionada, porque esse é um caminho sem questões, sem palavras, talvez sem urgência, nas horas que flutuam no meu pensamento, são iguais ao ontem, dependentes de ventos e tempestades ,de Outonos e Invernos, de feridas saradas, sem ressentimentos do passado e de todos os lugares escondidos em todos os cantos vazios da alma.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Nostalgia




Num sonho breve
Vejo-me menina
Cabelos ao vento...leve
Tão pequenina

Tinha voltado...era Eu
Havia flores no meu caminho
Todo o mundo era meu
Nos meus olhos havia rosmaninho

Tão bonito...tão real
Era esse sonho de então
Tantas rosas...tanto luar
Tanto amor no coração

Nessa tenue esperança
Nesse olhar...nesses momentos
Dessa criança...a lembrança
De sonhos e esquecimentos

Queria tanto...ser essa
Que acabei de descrever
Uma esperança que regressa
Um momento de prazer

Queria ser luz....ser esperança
Deixar de ser noite...ser dia
Ser júbilo...ser lembrança
Ser amor...ser alegria

Nas memórias de criança
Nas esperanças que vivi
Naquela doce lembrança
Onde ficou...não mais a vi

A flor que não mais vi
É a mulher feita criança
Nesse sonho que vivi
Era um sonho de esperança




Nesse Alentejo onde fui criança, fui luar , onde as horas flutuavam ...a planicie vinha ao meu encontro, num tempo eterno concreto, onde tudo era uma cascata doce de felicidade, na manhã que me cobre o rosto e me protege, como as mãos da minha mãe, nos momentos de todas as lembranças a serenar-me a alma num sorriso, que hoje encontra sentido dentro de mim, de um tempo que ainda existe, distante no silêncio da minha memória, mas um silêncio diferente, de musica infinita de paisagens de cheiros de imagens, que ainda existem nos sonhos da criança de cabelos apanhados num laço, e nos olhos da criança o céu de Primavera, no vestido de flores, e no ar o perfume da planicie, no olhar a claridade de um sorriso da criança, que hoje é mulher madura, que quer apanhar todos os sonhos da criança que foi.