A sós comigo parto para além de mim sem tempo nem norte
Sem hoje e sem amanhã...assim caminho num sono profundo
Com o olhar ausente e o corpo dormente chamando a morte
Esvaziada de tudo que me vestiu me entrego nua ao mundo
A sós comigo por entre as sombras e mágoas assim caminho
Neste deambular errante vai minha alma branca e leve vagando
Por entre a negridão da aurora perdida na noite do meu destino
Solitária caminho...vestida de penumbra e por mim chorando
A sós comigo...vou por densas brumas e abismos de escuridão
Com meu corpo no meu corpo adormecido de mim esquecido
Sombra ténue de quem fui um dia...caminho vestida de solidão
Almejando a eternidade e embalando a dor do tempo perdido
A sós comigo de silêncio me vesti e de ausência me perfumei
Adormeci meus anseios mais secretos na gaveta da despedida
Amordacei o grito...calei a dor e assim vazia e serena caminhei
Sobre os restos do que sou...assim vou pelos escombros da vida
A sós comigo...vou pela negrura da noite pelos becos da solidão
Sentindo a sede do deserto e bebendo veneno em taça de absinto
Percorri os trilhos da descrença...os caminhos nefastos da ilusão
Rasguei os meus sonhos aos pedaços...parti sem mim ao infinito
A sós comigo...vou pelas noites sem luz...triste sombra errante
Procurando a claridade por entre as trevas negras do meu ser
Nesse abismo profundo onde mergulho...de mim tão distante
Como se fosse um corpo sem alma que se esqueceu de morrer
Rosa Maria ( Maria Rosa de Almeida Branquinho )
Boa noite de domingo, querida amiga Rosa!
ResponderEliminarGosto muito dos seus escritos poéticos... São poemas tecidos nas entranhas... uma verdadeira catarse.
Estar a sós conosco é puro crescimento interior.
Tenha a nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos