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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Meu corpo foi campo em flor!


 O meu corpo foi botão de rosa...seara ardente...campo em flor

Hoje é uma melodia de saudade em folhas de Outono envolto

Gemendo docemente em silêncio uma triste melodia de amor

Branca e fria tela...vestindo de tristeza os traços do meu rosto


O meu corpo é uma tempestade feita de vento e mar bravio

Silenciosamente e em lamento escorre a chuva do meu olhar

Entregue à noite...sou uma nuvem negra flutuando no vazio

Sou o que de mim restou...errante sombra no tempo a vagar


O meu corpo espera na noite...espera no limbo duma verdade

Envolto nas cinzas da ilusão espera em silêncio anoitecendo

Cansado de sonhar trocou a vida por uma gota de eternidade

Esperando...esperando sempre...no leito da ilusão morrendo


O meu corpo é uma noite em Dezembro...uma folha rasgada

Ardendo na solidão do tempo...na sombra negra da saudade

Triste e sombrio é dor e ternura...uma ténue chama apagada

Submerso na escuridão...vaga entre o infínito e a eternidade


Sobre o meu corpo adormecido...a ausência derramou rosas

No branco lençol amargurado do meu leito...cinza dum sonho

Na minha sepultura deixa meu amor flores negras vaporosas

E sente meu amor na tua pele os últimos suspiros de Outono


Arrasto o meu corpo pelas calçadas da vida...não sei se existo

Nem o que persigo...nada sei de mim...nem meu rosto conheço

E já nem sinto a pele que cobre os farrapos com que me visto

Não...não sei se estou morta ou viva...se sou fim ou começo


Rosa Maria ( Maria Rosa de Almeida Branquinho )


domingo, 28 de setembro de 2025

Por vezes queremos que o amor exista!


Por vezes é bom enlouquecer...virar a alma do avesso e deixar flutuar o corpo no outro lado de nós. Seguir por estradas sem saída...por abismos sem fim. Guardar os sonhos no pó dos caminhos e escavados no tempo...desenhar desejos e gritar anseios na escuridão das longas noites de solidão...mergulhar no abismo.

Por vezes é num silêncio acolhedor que nos encontramos e é bom ficar assim flutuando entre o tempo e o espaço. Mesmo que seja entre os cardos que nos ferem os pés e os muros que nos cortam os passos. Na ilusão de todas as demoras...na inquietação de todos os gestos que ficam presos na memória da alma onde queremos escrever a palavra amor no azul dos sonhos.

Por vezes pensamos nos sonhos que gostariamos de viver sem momentos certos para acontecer...procurar o que um dia fomos por entre as cinzas das palavras que apenas o olhar disse...da ternura partilhada na imensa brevidade de um instante que se fez saudade...numa falta que se quer presença e chama ardente.

Por vezes os espelhos são lugares intangíveis no fundo de nós onde habitam palavras no fio da incerteza...na esmagadora solidão do tempo como um grito ecoando no silêncio dos muros.

Por vezes no intervalo entre as estações adormecem as recordações e deixo que no absinto dos meus lábios pouse uma borboleta que leva com ela as folhas vermelhas de um sonho atravessado por versos inquietos entre o sol e a escuridão.

Por vezes chamamos o amor para que ele exista!


Rosa Maria ( Maria Rosa de Almeida Branquinho )









sábado, 13 de setembro de 2025

Foi quase...Amor!


 Quase uma noite de paixão...quase um mar por desbravar

Uma sombra quase claridade...sonho quase...quase amor

Uma boca quase beijo...um vazio quase abraço...um olhar

Um toque por sentir...um amor por fazer...frio quase calor


Quase duas mãos entrelaçadas...quase uma história de amor

Quase um rosto que esqueceste...um olhar que enfeitiçaste

Quase tudo e quase nada...uma lágrima de tristeza...uma flor

Um carinho quase ternura...rosa negra que em mim deixaste


Uma noite quase cio...um beijo adormecido...riso quase dor

Um sonho quase infinito... voo quase céu...treva quase luar

Olhar quase veludo...corpo quase seda...gemido quase amor

Vendaval quase brisa...tempo quase vida...ilusão quase real


Uma manhã quase claridade...um murmúrio...quase ternura

Um grito quase suspiro...alma quase voo...céu quase branco

Um mar quase azul...onda quase serena...grito quase doçura

Solidão quase loucura...um sorriso triste...olhar quase pranto


Um caminho quase destino...um espelho...uma lembrança

Uma treva quase sol...um frio quase fogo...um olhar vazio

Uma noite quase dia...quase um momento...uma esperança

Um poema quase infinito...rosa quase veludo...eco no vazio


Quase um momento...quase um instante...quase eternidade

Quase um abraço...quase um sorriso... rosto quase ternura

Quase um afago...quase corpo...quase desejo...só saudade

Quase um olhar ...quase ilusão...quase...quase loucura


Rosa Maria ( Maria Rosa de Almeida Branquinho )


quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Queria Voltar a Mim!


 Queria voltar ao ventre onde nasci...ser planície em flor

Despida de tudo que me vestiu ser de novo inocente e pura

E voltar a afagar as rosas que ficaram do tempo do amor

Nesse lugar infinito onde era apenas uma gota de ternura


Queria regressar aos caminhos floridos da minha infância

Correr sem destino e sem tempo certo para a mim voltar

Escrever o meu nome no azul do meu olhar de esperança

E abraçada à minha alma...voltar novamente a esse lugar


Queria não ter medo de viver...ter a paz de estar adormecida

Deixar este sentimento de não ser este cansaço de não estar

E como uma estrela cadente iluminar a noite em despedida

Nesse voo agonizante da gaivota perdida que volta ao mar


Queria voar para onde o meu corpo jaz...nas asas da morte

E pousar no mármore mais frio...afagar a noite mais escura

E no abismo mais profundo...partir para além do horizonte

Como se fosse pedra adormecida que no meu peito perdura


Queria ainda voltar ao caminho dos meus passos de criança

E nesta carne que me veste afagar a minha alma já cansada

De percorrer os labirintos que me levam à casa da infância

Como uma sombra errante procurando na noite a alvorada


Queria não ter presente nem passado nem este olhar sombrio

Que não sabe por quem chora se pela mulher ou pela criança

Se pelo meu fim ou meu começo ou pelo amor que me vestiu

E num gesto de abandono voltar aos labirintos da lembrança


Rosa Maria (Maria Rosa de Almeida Branquinho)