Por vezes é bom enlouquecer...virar a alma do avesso e deixar flutuar o corpo no outro lado de nós. Seguir por estradas sem saída...por abismos sem fim. Guardar os sonhos no pó dos caminhos e escavados no tempo...desenhar desejos e gritar anseios na escuridão das longas noites de solidão...mergulhar no abismo.
Por vezes é num silêncio acolhedor que nos encontramos e é bom ficar assim flutuando entre o tempo e o espaço. Mesmo que seja entre os cardos que nos ferem os pés e os muros que nos cortam os passos. Na ilusão de todas as demoras...na inquietação de todos os gestos que ficam presos na memória da alma onde queremos escrever a palavra amor no azul dos sonhos.
Por vezes pensamos nos sonhos que gostariamos de viver sem momentos certos para acontecer...procurar o que um dia fomos por entre as cinzas das palavras que apenas o olhar disse...da ternura partilhada na imensa brevidade de um instante que se fez saudade...numa falta que se quer presença e chama ardente.
Por vezes os espelhos são lugares intangíveis no fundo de nós onde habitam palavras no fio da incerteza...na esmagadora solidão do tempo como um grito ecoando no silêncio dos muros.
Por vezes no intervalo entre as estações adormecem as recordações e deixo que no absinto dos meus lábios pouse uma borboleta que leva com ela as folhas vermelhas de um sonho atravessado por versos inquietos entre o sol e a escuridão.
Por vezes chamamos o amor para que ele exista!
Rosa Maria ( Maria Rosa de Almeida Branquinho )
Boa noite de domingo, querida amiga Rosa!
ResponderEliminarSe não se pode viver, se inventa que se vive e se alimenta o coração.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos