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terça-feira, 10 de setembro de 2024

O que escrevo é o grito da minha alma!

O que escrevo é o respirar do meu corpo...o grito da minha alma...o bater do meu coração...o sangue das minhas veias a escorrer das minhas mãos...tão branco como as memórias do tempo...tão negro como a dor que guardo no peito.

O que escrevo são escombros que já foram casa...silêncios que foram olhares...mudas palavras que só eu entendo...murmuradas em silêncio ou gritadas como se fosse o gemido da minha dor...mágoa que escorre gota a gota do meu coração...cinzas ardidas de cartas de amor impregnadas de nostalgia...entre o cinza e o azul.

O que escrevo é um canto profundo...lágrimas que escorrem do fundo da minha alma...retalhos dispersos do meu sentir...pedaços de mim tão cheios de nada e tão carentes de amor.

O que escrevo são palavras que me queimam as mãos...espinhos que me afagam a pele...lembranças aprisionadas que sangram e corroem o corpo e a alma...silêncios que trago amordaçados na boca...gritos presos na garganta como se fossem murmúrios de amor soluçando um suave pranto...um doloroso gemido.

O que escrevo são palavras pedra...palavras cal...palavras cinza...sombrias como a noite que me veste...a penumbra que me cobre...o silêncio que me dói...os espinhos que me ferem a carne...as mágoas que me rasgam a pele.

O que escrevo é o espelho de mim...o desnudar da minha alma...escuros labirintos por onde os meus sentidos me levam em lembranças dispersas...palavras adormecidas que trago a morrer-me nas mãos...um poema a sangrar-me no peito como se fosse um espinho que dói e magôa até ao mais profundo do meu ser.

O que escrevo é apenas cansaço...em cada palavra algo em mim morre e se desfaz como se fosse uma flor seca dentro de um livro guardado no tempo...um poema que ficou na memória como se fosse uma prece silenciosa que murmuro nas noites sombrias onde me encontro e fico inteira...como se fosse uma libertação...sentir o sangue correndo nas veias como lume queimando-me a carne...um punhal dilacerando-me as entranhas num doloroso silêncio onde me encontro comigo e é nesses momentos que a minha alma se liberta de mim e se entrega...nua.

Rosa Maria ( Maria Rosa de Almeida Branquinho )


4 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de Paz, querida amiga Rosa!
O terceiro parágrafo me falou alto ao coração.
Somos escritos vivenciais...
Alma nua, coração desnudo de tudo.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos

chica disse...

Tudo o que escreves é lindo e cheio de profundidade e verdade!
beijos, tudo de bom,chica

Toninho disse...

Rosa Solidão revirando as cinzas dos escombros do mais profundo fundo do ser. Uma nudez de todos os sentimentos revestidos pela angústia, melancolia. Uma tradução dos desencontros pela travessia. Belo trabalho da poesia no extirpar os nossos sentimentos.
Bjs amiga e paz no coração.

Graça Pires disse...

Um grito que trespassa o poema inteiro e desvenda as emoções diversas guardadas no coração. Gostei imenso.
Uma boa semana.
Um beijo.