quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Recordações
Nas recordações perdidas na memória...no tempo
Felicidade distante...que o meu coração guardou
Em tantas madrugadas...de infinita dor e lamento
Nas noites de amor...que o tempo em mim matou
Esqueci frases que trocamos...amor que vivemos
Mágoas do que não vivi...tristes lembranças
De um amor que tivemos...e esquecemos
Na dor sentida... nas falsas esperanças
Perdida de mim...chamo-te num grito mudo
Caminhando envolta no meu próprio lamento
Nas mãos vazias carrego um abismo profundo
Resquícios de um sonho...deitado ao vento
Há nas minhas noites... um secreto desespero
Recordações de outras noite que foram de amor
Que hoje são um passado...que não mais quero
No que resta para viver...não quero mais dor
Nas sombras da noite...no crepúsculo dolente
Meus olhos tristes procuram por ti na lembrança
São rios de angustia profunda de mágoa fremente
Cegos de dor e saudade...perderam a esperança
Nesta infinita espera...na indizível distância
No cansaço das palavras...que esperei de ti
Nesta fria existência...caminho sem esperança
Na sombra da minha sombra no horizonte sem fim
Ainda estão em mim as cinzas do fogo adormecido
Entre as sombras escuras...deste vazio entardecer
Incertas esperanças...no sonho de mim perdido
Nas cinzas do amor...no meu corpo a adormecer
Nas pedras do meu caminho...colho restos de flores
Esqueço o tempo na imensidão da noite escura
Passaram os momentos...os sonhos e os amores
Colho flores no meu corpo...flores de amargura
RosaSolidão
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
É Natal...morre a Mulher...Fica a Mãe
Três amores me deu a vida
Meus filhos adorados
São a coisa mais querida
Por mim muito amados
Ser mãe... é muito belo
O melhor que há no mundo
É na vida criar um elo
Grande e profundo
Tudo o que fiz na minha vida
Vocês foram a beleza
São meu amor...minha guarida
Que afastam de mim a tristeza
Se a este mundo vim
Para vos ter... e Amar
Neste amor sem fim
Mereceu a pena cá estar
O meu amor vos acompanhará
A percorrer vosso caminho
Nunca vos deixará
Serei sempre vosso ninho
sábado, 19 de dezembro de 2009
Apenas Recordação
Queria dizer-te palavras...que o tempo calou
Sentimentos...além de ti...além de mim
Ausência marcada...no laço que se quebrou
Um sorriso antigo...amor que chegou ao fim
Palavras esquecidas...saudade eterna
Voaram no vento...suspensas no tempo
Suspensas na vida...onde esperei por ti
Palavras sentidas...murmurios de lamento
As palavras que não dissemos...ficaram
No pó do tempo...no livro do esquecimento
No diário da vida...dos que muito amaram
Nas trevas da noite...nas asas do vento
Nas palavras...nos poemas por escrever
No silêncio...que a solidão instalou
Na minha alma...no meu querer
No sentimento...que o tempo apagou
Soltam-se dos meus versos tristes
Sonhos que sonhei...ou invento
Na minha memória...tu não mais existes
És só recordação do meu tormento
Queimámos as horas...as palavras...os momentos
Em silêncios dolorosos...em instantes sem fim
Que se esgotaram...em anos de lamentos
Nada restou...foi apenas só um sonho ruim
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Quando...
Quando as noites negras de luz se iluminarem
Quando na minha alma se acabar o desencanto
Quando meus tristes olhos...não mais chorarem
Quando no meu rosto de cinza se secar o pranto
No caminho longo...na distancia sem fim
Não quero mais lembrar...quero esquecer
Toda as mágoas passadas...tudo o que senti
Tristes soluços que no meu olhar quero adormecer
Depois de tanta desilusão...quero o sol a brilhar
Nos meus olhos tristes...de madrugada fria
Depois da noite despida de ti...quero sonhar
Quero amar novamente...enfim sentir alegria
Sou uma sombra errante onde a vida adormeceu
Dependente de vontades...presa a sentimentos
Quero ainda ser uma outra vida...ou outro eu
Não este corpo vazio...vestido de lamentos
Rasgo as páginas da vida...testemunhas dos meus dias
Escondo as lágrimas...solto na noite os meus medos
Na madrugada sem claridade...no mar de nostalgia
Nas lembranças perdidas...desvendo meus segredos
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
Memórias Breves
Revejo a minha vida...numa imagem trémula de memórias breves, envoltas no silêncio...memórias sem tempo...que as nuvens em mim arrastam, como numa galeria escura...numa penumbra sem nascente...no eco de palavras vãs...num olhar de súplica...nas mãos... um rastro de entrega...na noite uma réstia de luz...num olhar longo e desesperado, como esgotamento do tempo perdido na memória...na bruma dos anos que passam depressa...sem segurar o instante...no tempo da noite de espera...suspensa pelo cansaço...no infinito da distância...dispersa... revolta... como vagas de desespero, de lágrimas que se apagaram no tempo...perdidas...magoadas... que ninguém vê...caídas da alma...sentidas...nas cinzas de mim.
Tempo esquecido no vazio da memória...dois olhares desconhecidos...nos fragmentos de caminhos cortados no tempo, em que a palavra é silêncio, na distância que separa a noite do dia...onde nada existe em mim...na esperança que os meus olhos perderam...na incerteza inquieta...em silêncio no meu caminhar...na memória do ontem... sem amanhã...na morte do que não existe...na vida que é memória.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Tempo Suspenso
Fiquei suspensa no tempo...deixei-o morrer
Perdido no meu olhar...para além de mim
Ficaram caídos no chão...restos do meu ser
Momentos perdidos...da vida que não vivi
No espaço vazio da memória...ficaram esquecidos
Sonhos que sonhei...pedaços tristes do meu sofrer
Na minha alma ficaram marcados...na noite perdidos
Efémeros momentos de vida...que quero esquecer
Sou companheira da noite...sou irmã da saudade
No entardecer de vida...sou a sombra do dia
Na dor que me enlouquece e no meu peito arde
Neste triste sonho de amor..há restos de agonia
Perco-me no tempo e encontro-me no desencanto
De noites que não amanhecem...de sonhos que anoitecem
De vida sem encanto...num fado de mágoa e pranto
Negras noites...noites que não se esquecem
Grito...queimo restos de um amor
No amanhecer...dum horizonte perdido
Num sentimento...que se escoa na dor
Num ultimo alento...desengano vencido
Choro ao vento...chamo a solidão
Meus olhos turvos...gritam à vida
Neste pecado...sem remissão
Acorrentada na sombra...alma perdida
Há no meu coração uma dor profunda...plangente
Que jaz adormecida no meu corpo de pedra fria
Que fica chorando em mim...tão mansamente
Dor que me sufoca...dor de vida em agonia
domingo, 6 de dezembro de 2009
Caminho errado
Caminho sobre as palavras... de quando era feliz, quando o meu mundo era bonito...num verso que cantava o amor...na ultima vez que tocaste a minha pele...ainda menina-mulher...onde os momento não eram silêncio de anos...que entram na mulher madura...já rosto sereno, que se tranformaram em sombra...a entrar pelo vazio das palavras caladas, dos meus lábios sem voz...nas horas de espera... duma vida que não é minha...no meu rosto uma lembrança de outros dias...entre dois momentos...o antes e o agora...onde nunca nos encontramos...no adormecer... no acordar, de dias sem fim, um peso negro no meu peito...num grito desesperado...de mim...calada.
No meu rosto, uma sombra de vazio, no imenso corredor de silêncio...onde não sinto a tua respiração na minha pele...sou um grito de flor a morrer...num tempo perdido...num passado que só eu lembro...num presente que quero esquecer, num futuro que não quero...suspenso no tempo.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Corpo de Solidão
Meu corpo estremece...no orgasmo duma saudade
Rasgando a minha alma em mil pedaços
Noite dos amantes...luar de intimidade
Carícias negadas...só sem teus braços
Meu corpo...caminho de rua silenciosa
Corpo de mistério...vazio sem fim
Hoje é saudade de ti...já foi rosa
Corpo sem amante...noite de mim
No meu corpo...um grito mudo
Vagas de delirio...fogo lento
Entranhas de memória...mar profundo
Na ansia do desejo...de amor sedento
Meu corpo...morre em cada madrugada
Dormente, envolto em chamas...fremente
Chamando o amor...grita a alvorada
Em todos os recantos...roucamente
Rastros de chamas invadem o meu corpo rasgado
Como ferro em brasa...como oceano
Como tempestade... de sonho acabado
Corpo maldito...corpo profano
Meu corpo morre...pouco a pouco
Minha alma ainda lhe pede vida
Meu coração ainda bate como louco
Chorando meu corpo...em despedida
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Anoitece
Anoitece em mim...na aridez do deserto percorrido, num reencontro com o impossivel, submerso no silêncio, da eternidade que vive em nós e se desvanece no anoitecer de um momento...numa saudade quente, do que foi...ou a ilusão em que se tornou...na irrealidade em que se inventa o tempo, que se distancia da linha que nos une e se vê na distância do nosso olhar...como um grito no meu rosto...na corrupção lenta do tempo...num choro intimo e longo de sofrimento...a tua imagem na minha memória...no longe do tempo...depois ou antes do espaço da minha angustia...nos passos que dou para o que falta para viver...no esgotamento final de todas as ilusões...nas ruinas que o destino constroi...nos espaços de vida, entre o antes e o depois...na eternidade absoluta do momento, de todo o espaço da solidão que existe...no TU e EU, na dormência de cansaço...nos passos que gritam...na rua deserta por onde caminho...não lado a lado...mas SÓ.
Olho a vida, meus olhos nublados de água..na sombra da noite que desce sobre mim.
sábado, 28 de novembro de 2009
Loucura
Sou sombra do passado...sou revolta
Sou folha seca...atirada pelo chão
Sou vendaval...esperança morta
Sou lago seco...saudade e solidão
No silêncio da morte...no meu olhar sem cor
No meu coração inerte...ruina de ilusão
Sou farrapo deitado ao vento...sou dor
Sou tristeza...abismo de solidão
Melancolia no meu peito...sentida
Saudade...num sorriso de amargura
Lembranças dolorosas de outra vida
Recordações...num sussurro de loucura
Meu peito aberto em mil feridas
Meus pensamentos de mim distantes
Saudades antigas...por mim sentidas
Ondas de solidão...em todos os instantes
Anoiteço na sombra do meu delirio
Amanheço...na vida mil vezes adiada
Desencontrada de mim...do meu exilio
Da minha alma...antes do tempo sepultada
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
No silêncio dos meus passos
No silêncio dos meus passos, nos meus olhos de uma claridade triste...nas sombras negras dos meus pensamentos, nos pedaços de mim, nas páginas de uma vida...perdida no tempo...recordações dos momentos em que me senti viva...nas noites em que o meu corpo é silêncio de palavras e gestos sonhados, nas horas longas de espera...em que nos perdemos no tempo...de enganos, nas palavras que deixaram de existir...de verdades de quando era manhã no meu olhar...nas ondas do meu corpo...nos meus cabelos negros...no rio que me percorre...no meu rosto de céu infinito...quando ainda era luz...não a ausência dentro de mim, que me afasta de onde tu caminhas... num sonho impossivel...num lugar de esquecimento, de tempo sem esperança, que atravessa a noite interminável...no silêncio dos meus passos...sem destino.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Queixume
No meu queixume...de angustia consentida
Nas lembranças tristes...do destino
Vida no fim...não na partida
Sonhos desfeitos...perdidos no caminho
A noite agoniza no meu sonho
Pesadelos reencarnados...do passado
Lugar assombrado...onde deponho
Minha saudade...nesse mar medonho
Rebusco nas trevas...a luz perdida
Num derradeiro alento de esperança
Na morte...a ilusão da vida
Na vida...as trevas da lembrança
No pensamento...marcas do passado
Velho...gasto...sem sentido
Um imaginário sonho...inacabado
Num soluço ausente...exaurido
Com a noite vem o desespero
Sonhos sonhados...mas não vividos
Vida que tenho...mas não quero
Que foge do alcançe dos sentidos
Meu verso é sangue...amargo e quente
De desalento...como quem chora
Versos de angustia louca...dolente
De vida que morre...sem ver a aurora
domingo, 22 de novembro de 2009
Instantes
Há sempre um breve instante, que se grava para a vida toda...instante ainda tão quente na lembrança...40 anos, pode ser um instante de vida...ou um longo tempo, uma eternidade para tirar da memória do meu lembrar de melancolia...do que não tive...do futuro que deixou de existir, nas lágrimas de um instante...que se deixou passar ou nunca existiu...nos sulcos do meu rosto sem palavras, nos despojos do fim, restos dispersos, do que acabou dentro de mim...num tempo suspenso na eternidade...no infinito da noite fria da realidade...num caminhar só...num encontro que não existe, que se desvanece, no que ficou em mim, num tempo sem passagem para lado nenhum, na imensa irrealidade que se suspende num existir de uma vida inteira...numa tela em branco...da minha vida....SÓ.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Palavras gastas
As palavras estão gastas...restou a dor
No frio imenso de vida vazia
No silêncio...do tempo sem cor
Gastámos as horas...a alegria
No horizonte longo da saudade
Nas lágrimas de esperas...sem fim
No meu rosto triste...sem idade
No amor gasto...amor que não vivi
No meu tempo...no meu corpo
No silencio eterno...no meu coração
Nas palavras...que já dizem pouco
No tempo que escorre...das minhas mãos
No meu rosto...sombras já serenas
Amor perdido...saudade e dor
Está gasto...vive de amargura e penas
É noite...noite do meu amor
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Murmurios de mim
Ouço o murmurio do tempo, no silêncio do passar dos anos...a minha imagem na sombra, num tempo antigo, a desfazer-se num horizonte longinquo, num murmurio de sons, numa eternidade obscura, num olhar nublado...na alegria morta... do meu tempo perdido, num silêncio submerso na memória de uma vida inteira...no depois do sonho, na inquietação do nada...no olhar de uma vida em ruinas, no horizonte da imaginação...no fundo do tempo de todos os tempos, uma presença obscura dos espectros do meu desassossego, na noite imensa da minha solidão...do lado de lá...de outras vidas...na eternidade dos meus olhos fatigados...suspensos no nada...na espera da minha face cansada...no meu olhar nublado de melancolia, a atravessar a vida, para um passado sem futuro...no espaço aberto do limite do meu vazio, no meu tempo de amargura...na eternidade dos meus olhos parados no tempo...antes do fim.
Neste tormento em que me enterro
Neste silêncio...que grita a soluçar
Neste quarto escuro...onde me encerro
Nesta dor...que não vai acalmar
Na minha face triste...escura
Nuvens esvoaçam no poente
Numa restia de vida...de amargura
Minha alma caminha para o fim...lentamente
Meu corpo...ruina de desalento
Habitáculo triste... de silêncio
Sombra...espectro de sofrimento
Ruina de tristeza...de lamento
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Marcas
Talvez sejas apenas o meu pranto
Chorado em horas tristes...vazias
Nesta solidão...neste desencanto
Que é refugio dos meus dias
Recuso a sombra...na minha alma
Que deixaste... na noite fria
Nesta dor que não acalma
Na solidão...na cama vazia
Quando minhas mãos te tocaram
Não senti nada...não te vi
Os teus olhos me enganaram
Nada me deste...tudo perdi
Quando meus olhos ficaram
Vazios...num vazio sem fim
Para sempre amortalharam
O que de bom havia em mim
Os Invernos do nosso passado
Gelaram o meu e o teu coração
Envelheceu...ficou parado
Morreu...como a nossa paixão
As linhas marcadas no meu rosto
Contam quem fui...quem sou
Nelas há traços de desgosto
De quem não foi amado...mas amou
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Chuva
Chuva a cair no meu peito
Doloroso e triste temporal
Cai no meu sonho desfeito
Noite longa ... vendaval
A noite enluarada...escurece
Minha vida...meu entardecer
Numa lágrima...tudo parece
Acabar a razão do meu viver
Rolam lágrimas no meu rosto
Como um mar de tempestade
São ondas do meu desgosto
Vagas tristes de saudade
Os meus sentidos dispersos
Não me conseguem dizer
Nestes magoados versos
A razão do meu sofrer
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Caminhos
Caminhamos em silêncio, por entre a névoa da saudade...nos meus olhos turvos de fim de tarde, no vale da minha solidão...no eco das palavras... na paisagem sombria, de uma tristeza calma...num desprendimento já sereno...na traição à vida...num desejo absoluto de esquecer, num sonho alheado de tudo...devaneio de idéias adormecidas... na minha memória...no apelo terrivel das horas de cansaço...da vida arrastada, pelos caminhos do nada...nas recordações esquecidas, distantes do EU de outros tempos, onde no meu coração era outra.
Nos restos da tua presença, somos sombras de um passado morto...uma lembrança adormecida, que apenas se sente, uma memória sem tempo, de uma verdade que nunca existiu...mas está presente nas lágrimas do meu entardecer...sem volta
Um momento...um sentimento
Não mais que uma vida
Não mais que um lamento
Numa saudade sentida
Infinito...sem sentido
Duma esperança...uma ilusão
Num horizonte perdido
Na sombra duma paixão
Não há luz...não há vida
Nos momentos...no caminho
Nesta mágoa incontida
Triste sina...mau destino
domingo, 15 de novembro de 2009
Silencio
Agitam-se as mortalhas do silêncio...lentamente
Como folhas nos instantes da lembrança
Sustendo em minhas mãos docemente
Nas cinzas...a promessa da esperança
No silêncio do meu olhar... desolação
Esqueço-me de mim...vida adiada
Nos meus longos dias...a imensidão
Da vida que já foi...hoje é nada
Estou perdida...entre a sombra e o instante
Na triste penumbra da solidão
Chamo por um tempo já distante
Onde o dia não era escuridão
Percorre o meu corpo...este sentimento
Que me possui por completo...dolorido
Afogo-me nas brumas do esquecimento
Sem esperança no amanhã...sonho vencido
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
.
Na minha boca vazia dos teus beijos...fria...esquecida, nos lamentos dos tempos que esperei...pelas palavras...pelos gestos, nas manhãs de todos os lugares iluminados...lentos... nos rios revoltos...nos meus lábios...na minha pele sem caricias...no meu olhar sem voz...sem claridade...nas palavras que ficaram no silêncio absoluto...no lugar sem amor...no rosto que se esqueceu...nas asas de céus impossiveis, no silêncio da memória...um abraço...um carinho... no meu corpo...no sexo...perdido nos sentidos, do meu rosto...esquecido dos sentires, de palavras por dizer... de gestos...instantes do amanhã...que foi ontem, rasgando o meu peito...no profundo sentimento, de dias sem horas...nos sonhos dos teus dedos...na minha memória, a percorrer-me o corpo, que deixaste morrer.
No ontem da memória, imagino beijos...no jardim da minha saudade...no meu corpo de menina...no teu silêncio dentro do meu entardecer...na noite interminável...no vazio dentro de mim, sem esperança na ausência das noites distantes de um sonho impossivel, de mãos... de rostos ...de corpos... no silêncio frio da madrugada que nunca chegará.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Desencanto
Quando meus olhos te olharam
Despi de silêncios a minha alma
Quando sedentos em ti poisaram
Na madrugada...fez-se noite calma
Quando tuas mãos me tocaram
Senti a solidão que de ti espero
Quando teus olhos vazios me olharam
Senti mágoa...feita desespero
Nos meus olhos só há desencanto
No meu corpo exausto...gemidos
A voz que te chama é pranto
De desejos acabados...esquecidos
Sou eco de palavras... paradas
Sou silêncio de horas... incertas
Sou chão de folhas pisadas
Sou o medo de ruas desertas
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Desencontro
Nossas vidas...desencontradas
Sonhos de um sonho desfeito
Almas tristes...já cansadas
Restos de vida...mágoa no meu peito
Talvez um resto...de vida
Feito de tudo o que morreu
Feito de esperança...perdida
Que o destino...teceu
Não estamos juntos...nem distantes
Cansados de um querer...não querer
Viver mais... estes instantes
Que não quero mais viver
Como doi este silêncio...esta paixão
Este ter-te...sem te ter
Momentos guardados no coração
Neste querer...sem te querer
Quero ver uma luz no horizonte
Chorar lágrimas...mas resignadas
Partir de mim...para que me encontre
Esquecer-te...seres águas passadas
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Esquecer
Meu coração quer esquecer, mas a memória...tranca-se no espaço do silencio, num lugar vazio, que por mais que tente, não é preenchido, fica marcado pelo lugar de ninguém...num recomeço que não é real...que fica no impossivel das marcas deixadas em fogo... no meu coração...esvaido no ser...no sofrer, no espaço em branco, que já foi colorido, que hoje é sofucante...um choro lento, numa vaga...do espaço cavado entre nós, movendo-se em silêncio...como ser vivo, seguindo para a degradação...do fim, na fadiga de tudo, no anoitecer da vida...na verdade do querer recomeçar...nunca me neguei ao recomeço...mas o meu cansaço...o teu desprendimento de tudo...de mim, que me arrebata e nega-me a vida...que já nada é para mim...apenas um refugio do fim, a verdade do inicio...na obscura imagem do que nunca foi...o vislumbre do nada, é tudo o que me coube, do que nunca mais existirá para...nós.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Não Quero
Não quero mais chorar...o que foi perdido
Quero deixar as lembranças do passado
Que vive em mim...não está esquecido
Tempo perdido...desperdiçado
Não quero mais meu olhar de lágrimas
Chorar o que podia ter vivido
Todos os momentos...todas as páginas
Do livro do destino...enegrecido
Não quero mais lastimar o passado
Quero esquecer dores...momentos
Quero esquecer um amor... maltratado
Não pensar em ti...no sofrimento
Não quero mais suspirar...nem pensar
Não mais recordar...quero esquecer
Não mais lembranças...a magoar
Não quero mais chorar...nem sofrer
Não quero mais dias tristes...cinzentos
Quero descansar minha alma...cansada
Não quero mais ausência...nem lamentos
Queria...quero ainda amar e ser amada
domingo, 8 de novembro de 2009
Memória
Sou memória passada...esquecida
Minhas lembranças...são desalento
Sou alimento da dor... sou despedida
Sou folha esquecida...sou tormento
Sou luz de moradas obscuras
Sou lágrima de prazeres esquecidos
Sou nascer do dia...trevas escuras
Sou lago de pantanos perdidos
Sou gemido...vida perdida
Sou folha de terra queimada
Neste limiar de despedida
De vida...sem alvorada
Sou tormento...sou abandono
Neste choro de mar imenso
Sou folhas mortas de Outono
Sou raíz do meu silêncio
sábado, 7 de novembro de 2009
Folhas
No verso desta folha...nas sombras das letras que escrevo, como marcas de solidão...de palavras sedentas, de sons que morrem na barreira do esquecimento...morrendo em ti...como semente inutil...das árvores enterradas nas profundezas do tudo...e nada, na razão de todas as coisas, que não existiram...no reverso do que não foi...na sombra da tua impremanência comigo...sem mim...numa escrita que se desfaz no tempo infinito da incerteza...na noite que escurece os meus dias...de instantes sem caminhos...sem lucidez, só o vazio...das sombras de crepúsculo onde estou...nos caminhos sombrios que percorro,nos passos que dou para o infinito...num fogo lento de tédio, que me empurra para o negrume da noite...na vida presa por um fio invisivel de morte...no efémero de eternidade...no instante do abismo...no profundo da nudez da alma...no silenciamento do instante sem caminho...onde nada me espera no fim.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Minhas horas
As horas passam...num longo pesadelo
Momentos de sombras...esquecidas
Tempo sem tempo...onde nada espero
Vagam em mim...saudosas...perdidas
Tormentosas...tão negras...tão frias
Uma mágoa morta...soluçante
Espinhos de duras agonias
Numa alma triste...errante
Tristeza... solidão...sonhos meus
Nas sombras paira meu espirito
Os meus medos...meus anseios
No fundo de mim...escuro labirinto
No olhar das horas...meu sofrimento
Nas manhãs...um novo recomeçar
No silêncio...de momentos...de lamentos
No meu olhar...dentro do meu olhar
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Meus Olhos...
Nos meus olhos de lágrimas...vazios
Ainda existe vontade...querer
Mesmo que os tristes...sejam dois rios
Que a luz se extinga...deixem de ver
Na noite... na lua envoltos
Negros de silêncio...de tortura
Tinham brilho...estão mortos
Cegaram ...são noite...noite escura
No profundo abismo do infinito
São nuvens...pássaros sem vida
Neste longo e triste labirinto
Estão cegos...estou perdida
Ficou-lhe o brilho das trevas
A tristeza os envolve...os cansa
Nas sombras onde me levas
Não há luz...nem esperança
Tão tristes...tão cheios de mágoa
Envoltos em escuridão...feridos
Sempre banhados em água
Olhando o infinito...perdidos
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Queria
Queria ser a sombra do teu desejo
A tua noite...o teu amor
Queria ser o teu beijo
Queria ser tudo...menos dor
Queria ser seiva...do teu segredo
Queria ser cama...ser chama
Queria ser tua...sem medo
Queria ser tudo...sou lama
Magoa-me a saudade...dos corpos
Doi-me a distante lembrança
Quando nos amávamos...loucos
Não havia amargura...só esperança
Nas trevas do meu corpo...espero
No poço dos sentidos...anoiteço
Sonho imaginário...que não quero
Um amor que já não peço
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Ausente
Percorro meu sentimento
Perco-me de mim...ausente
Pedaços do meu pensamento
Num conflito permanente
Estou perdida nesta ausência
De horas vazias...no vazio
De palavras...de demência
Noites mal dormidas...a fio
Solidão...meu poente de loucura
Ando perdida...incompreendida
Nas asas frias da amargura
Voando na morte...voltando à vida
Sou uma árvore...já tombada
Folhas mortas...pelo chão
Pela vida derrubada
Atraiçoada pelo coração
domingo, 1 de novembro de 2009
Não te quero
Solidão eu não te quero
Porque vens...se me fazes mal
Não te quero...mas te espero
No dia...na noite e no luar
Não te quero...não és amada
Cansa-me estares sempre a meu lado
Vens na noite...vais na madrugada
Não te quero...fica no passado
Vejo-te nos meus olhos tristes
Que por ti, não mais choram
Não me matas...não existes
Deixa-me...eu te imploro
Invoco-te nos meus sonhos
A tua imagem está gravada em mim
Nos teus braços eu deponho
Esta solidão que não tem fim
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Ausência
Estou perdida nesta ausência
De horas vazias sem mim
Há palavras de demência
Em horizontes que perdi
No encontro das noites paradas
Sem fim...sem começo
Esperando...chamando as Alvoradas
Sonho...choro...enlouqueço
Descanso em mim...torturada
Enquanto a noite cai...devagar
Vem noite...vem minha amada
Envolver-me em sonhos de luar
Magoa-me a saudade..a lembrança
De sombras de noite...nos meus braços
Caminha para mim doce esperança
Eco e murmurio dos meus passos
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
O hoje está tão longe, inalcansável, num horizonte inexistente de alma torturada, no hoje que não será amanhã, sem vontade nem força, um hoje que é atravessado pela tempestade, num silêncio de trovões, como numa vertigem, a iluminarem a minha alma de negro, a embaciarem a luz do meu rosto...lentamente, como se ainda existisse alguma coisa, no amanhã de todas as coisas invisiveis, sem sentido, no vazio de uma ausência sem esperança, povoada de lembranças, numa falha do tempo, vejo-me numa aceitação pacifica, nem triste nem decepcionada, porque esse é um caminho sem questões, sem palavras, talvez sem urgência, nas horas que flutuam no meu pensamento, são iguais ao ontem, dependentes de ventos e tempestades ,de Outonos e Invernos, de feridas saradas, sem ressentimentos do passado e de todos os lugares escondidos em todos os cantos vazios da alma.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Nostalgia
Vejo-me menina
Cabelos ao vento...leve
Tão pequenina
Tinha voltado...era Eu
Havia flores no meu caminho
Todo o mundo era meu
Nos meus olhos havia rosmaninho
Tão bonito...tão real
Era esse sonho de então
Tantas rosas...tanto luar
Tanto amor no coração
Nessa tenue esperança
Nesse olhar...nesses momentos
Dessa criança...a lembrança
De sonhos e esquecimentos
Queria tanto...ser essa
Que acabei de descrever
Uma esperança que regressa
Um momento de prazer
Queria ser luz....ser esperança
Deixar de ser noite...ser dia
Ser júbilo...ser lembrança
Ser amor...ser alegria
Nas memórias de criança
Nas esperanças que vivi
Naquela doce lembrança
Onde ficou...não mais a vi
A flor que não mais vi
É a mulher feita criança
Nesse sonho que vivi
Era um sonho de esperança
Nesse Alentejo onde fui criança, fui luar , onde as horas flutuavam ...a planicie vinha ao meu encontro, num tempo eterno concreto, onde tudo era uma cascata doce de felicidade, na manhã que me cobre o rosto e me protege, como as mãos da minha mãe, nos momentos de todas as lembranças a serenar-me a alma num sorriso, que hoje encontra sentido dentro de mim, de um tempo que ainda existe, distante no silêncio da minha memória, mas um silêncio diferente, de musica infinita de paisagens de cheiros de imagens, que ainda existem nos sonhos da criança de cabelos apanhados num laço, e nos olhos da criança o céu de Primavera, no vestido de flores, e no ar o perfume da planicie, no olhar a claridade de um sorriso da criança, que hoje é mulher madura, que quer apanhar todos os sonhos da criança que foi.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Na memória da noite...do tempo que morreu dentro de mim, há sombras do meu imaginário a desfazerem-se no ar, nas sombras do meu rosto, na morte das palavras caladas, do meu olhar dentro de todos os olhares sem esperança, que crescem no olhar da noite de todas as noites, da morte... dos sulcos cavados na solidão do imenso vazio, no torpor das noites sem dias, de horas longas infinitas, de recordações...de murmurios que se perdem no tempo, onde a morte não existe...onde o passado e o futuro se cruzam e se tranformam em tempo eterno...lentamente, sem vazio... sem frio, sobre o meu corpo de sonho impossivel...nos meus olhos fechados sobre a morte, no esquecimento do que não existe para lá desse tempo.
Adeus
No adeus sereno da minha alma
A morte me cobre o rosto
Minha face inalterável e calma
Leva toda a mágoa do meu desgosto
Na luz branca e fria da eternidade
Ouço o caminhar dos teus passos
Na luz amortecida da claridade
Vem morte... vem a meus braços
O meu corpo exausto de solidão
Já não tem forças...esmorece
Na agonia desta solidão
Já não vive...desfalece
Morte és a Deusa da minha oração
Dor que corre no meu pensamento
És o oasis na minha solidão
Pousa em mim...ouve o meu lamento
No leito de morte que me cobre
Meus olhos vagueiam na imensidão
Na luz tenue que me envolve
Nas trevas da escuridão
domingo, 25 de outubro de 2009
No ontem da minha memória é noite, como hoje e talvez o amanhã, que devia ser feito de sonhos de olhares, de beijos, em cada página da nossa vida, do nosso olhar, que ficou tão perdido, no teu silêncio, no meu corpo, no nosso olhar, nos meus gritos surdos de mágoa, no que podia ter sido um entardecer de vida com palavras, com gestos.. com corpos cheios de sol, com amanhã. Mas só o silencio das lágrimas a suplicar amor, numa noite interminável, que atravessa o meu rosto vazio da tua imagem...que já não és tu.
Arrependo-me das horas que perdi, do esquecer do lembrar, dos dias que passam devagar...onde já não existes, onde só existe o esquecimento, o não esperar nada, só o silêncio que existe em nós, no tempo que temos para esquecer, em todos os instantes que fecho os olhos, e vejo a noite...uma escuridão infinita, de um passado triste, sem rosto de futuro, no silêncio negro da morte de todos os sonhos, dos sentimentos que não são sentimentos.
Sonhos mortos
Estou presa neste viver
Que não me encanta...nem seduz
Onde me encarcerei sem querer
Numa cela onde não há luz
Já nada existe desse amor
Tu não me queres...eu não te quero
Vivo perdida nesta dor
De ti...da vida nada espero
Nesta longa e triste caminhada
Onde me dei... me entreguei
Em troca não tive nada
Numa fria cela me enterrei
O meu corpo vazio de ti
Vazio do meu...do teu amor
Desse amor que não mais vi
Transformou-me neste mar de dor
sábado, 24 de outubro de 2009
Meu mundo está às avessas...
Meu mundo está às avessas, em mim e no mundo onde tudo se une e se transfigura, e novamente regressa ao que sempre foi.Vejo-me num espelho, mas o espelho não existe, intimamente talvez que o reflexo não me agrade, talvez o queira ocultar de todos e de mim, do que sou ou poderia ter sido, para além de mim mesma.
Despir-me de tudo e de mim, talvez encontrar um EU louco, insubmisso que sofre e chora, perde-se e encontra-se, dando passos incertos no nevoeiro, sem rumo, caminhando para o desconhecido, dos encontros e desencontros, com o EU que é noite e choro, perdido no tempo, no mistério da noite, onde não há caminho, só um deserto imenso.EM SILÊNCIO.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Fel
As taças de fel que ergo
Às minhas noites sem fim
Melodias do meu desapego
Rimas tristes que esqueci
A angustia dos meus dias
São fados tristes...amargurados
Nas minhas mãos vazias
Ficam poemas inacabados
Minha vida... imperfeita melodia
Dolentes compassos de solidão
Eterna melancolia
Restos de um coração
O meu corpo
O meu corpo...o meu olhar, diante da janela em silêncio, um olhar de trevas e solidão, como meu corpo morto, que no momento de acordar me incomoda, nos meus olhos turvos, que choram de cansaço, dos pedaços de vida, antes da tristeza, das noites frias, sempre negras, que pairam sobre o negro dos meus olhos, onde uma claridade fria, quase morta distante do tempo imaginário em que os meus olhos...o meu corpo, nao estavam parados no tempo, sem esperança, entre sombras , onde o meu olhar não tinha este vazio, este silêncio feito de àgua, que desliza como uma onda, no mar imenso que me devora, num lago estagnado de águas cinzentas, igual ao cinzento dos meus olhos, onde existe o vazio de olhos e corpos sem luz.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Se o Amor chegasse
Se o amor chegasse um dia, e levasse de mim este Inverno, que é a minha vida em ruinas,onde não há Primaveras, onde não há luar, só noites escuras, que se instalaram dentro de mim, dentro da minha alma, mas o Inverno venceu-me, quero destrui-lo, mas ele apossou-se de uma parte de mim que já não me pertence, que é feita de melancolia que me queima a alma, num incendio que me percorre e me queima, onde nem todos os rios do mundo conseguem apagar as chamas tristes que deixaste em mim, como uma tempestade que arrasta o mundo... de antes de te conhecer.
Hoje os meus olhos têm labirintos de água com que quero apagar o fogo que me consome, nesta noite que sou, e que existe muito longe de mim, para além do meu olhar, onde noutros mundos, noutra vida, eras a chama , a claridade dos meus dias, que agora são noite.
Hoje os meus olhos têm labirintos de água com que quero apagar o fogo que me consome, nesta noite que sou, e que existe muito longe de mim, para além do meu olhar, onde noutros mundos, noutra vida, eras a chama , a claridade dos meus dias, que agora são noite.
Escuridão
Sou escuridão...sou tristeza
Vida que não quer ser vivida
Em nada encontro beleza
Já sou morte...não sou vida
Sou um sonho...um lamento
Vida sem fé nem esperanças
Arrasto no meu pensamento
A bruma das lembranças
Procuro-me na imensidão
No céu...nas noites vazias
Nas asas da solidão
Procuro-me nas minhas mãos frias
Onde fiquei...onde estou
Em que recanto me perdi
Onde foi que acabou
A vida que não vivi
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Dor
Doi..Meu Deus doi tanto
Este constante e imenso vazio
Este não sentir...não ver encanto
Este Inverno em vez de Estio
Sou um resto de Outono
Folha morta...já sem vida
Sou a noite...o abandono
Estou só...na vida perdida
Morte embala-me nos teus braços
Já nada quero nada me importa
Quero soltar todos os laços
Descansar em ti...noite morta
Já não vivo aqui...sou um gemido
Estou aqui morte e não me vês
Sou um ser que está perdido
Sou uma martir que a vida fez
Sou a luz de vida que se apagou
Um momento...instante derradeiro
Sou aquela que a vida condenou
A um eterno e negro cativeiro
Momentos
As noites não têm momentos, passam por todas as partes da nossa vida. São momentos de vida e morte num céu inteiro condensados em instantes, em estrelas de um céu sem fim, onde nasce o dia e volta a noite, sem hora certa, nem dia certo.
A vida não existe, mesmo antes de ter nascido, nem vai existir muito para além da morte.A vida é só um instante nos momentos da noite, onde os olhos não têm idade, no silêncio que fecha os olhos sem brilho de saudade, de um rosto sem idade, sem perguntas, parado no tempo dos momentos, de dias de silêncio, em raios de luar que trazem a noite no peito.
Momentos que existem para lá de tudo.