Mais
um Natal chegando e tantos lares sem pão...tanta criança sem o
necessário para ter uma infância digna (não falo em brinquedos),
mas comida na mesa...roupa quente no corpo e sem ter que estender a
mão à caridade dos que por vezes nem olham para não verem aqueles
olhares onde não resta um sopro de ilusão...e não vendo não
sintam o pranto de tanta infância que ficou por viver...de tantas
mães embalando os filhos no regaço da fome, de tantas vidas que
desceram ao fundo do poço, de tantos seres humanos que vasculham os
contentores do lixo como se fossem nada...enquanto que para os
senhores do mundo o luxo e o supérfluo não tem valor algum...a fome
não lhes diz respeito...o Natal é só um dia em que eles pregam a
igualdade e a fraternidade...só um dia.
Mas
os dias para os excluídos da sorte são todos iguais...frios e
cheios de incertezas num caminho onde o sol não chega...na noite
imensa onde não dormem nem sonham...porque o que os abriga é apenas
o céu imenso e por vezes um cobertor dado por alguma mão piedosa,
que felizmente ainda há quem se preocupe com os que nada
têm...embora seja uma gota de água no Oceano.
É
triste que o Natal seja apenas uma data no calendário dos senhores
que governam e que do alto da sua arrogância ainda têm a desfaçatez
de vir desejar um Natal Feliz a quem já nada tem...a quem estão a
roubar toda a dignidade que um ser humano merece e tem direito.
Que
o Natal seja um genuíno gesto de dádiva e não o consumismo
desenfreado em que foi transformado o nascimento do homem justo que
foi Jesus. Que o verdadeiro espírito do Natal volte aos nossos
corações e olhemos não só em frente, mas também para o lado e
assim conseguir-mos fazer que o Natal aconteça 365 vezes por ano.
E
para todas as minhas amigas e amigos (pedindo desculpa por este
desabafo) desejo um Natal Feliz...pleno de paz e amor junto de todos
os que vos são queridos e agradecendo o vosso carinho que me faz bem
à alma e ao coração.
Rosa
Maria