terça-feira, 25 de setembro de 2012

Tateio a escuridão...nada vejo




No meu olhar há uma casa sem janelas...para lugar nenhum
Sombras pairando no tempo...desenhando os meus passos
Na penumbra da minha pele...são espectros de sombra e luz
Pairando sobre o meu corpo...amordaçando os meus braços

No lugar mais profundo da solidão...no mais ermo da vida
Na viela mais escura da noite...no deambular mais errante
Flutua a minha alma nos umbrais da escuridão... perdida
Entre o tempo e o espaço...no lamento dum eterno instante

Na bruma habitam os sonhos...no espaço breve do tempo
Num lugar recondito da noite...no regaço frio da ausência
Nesse abrigo perpétuo...crepúscular sonho de um momento
Em que me perco e me encontro longe da minha presença

Num lugar frio e distante...cai sobre mim a noite dolente
Adormecendo no meu corpo...sonhando nos meus braços
Pisando os meus anseios...anoitecendo a vida lentamente
Ecoando silêncios mudos...murmurando os meus cansaços

Nas minhas mãos prendo restos de nada...pedaços de mim
Farrapos de sonhos...fiapos de sal e mágoa no meu corpo
Pingos de chuva no meu olhar...pedaços de luar que perdi
Na lonjura onde caminho...esquecendo-me pouco a pouco

Tateio a escuridão...nada vejo...nem a minha alma encontro
Nem uma estrela fugaz que alumie um instante este caminho
Neste labirinto longo e profundo...na ausência do meu corpo
Onde vou tecendo tristemente a vida com os laços do destino



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

É noite no meu País...



É noite no meu País...no rosto dos nossos filhos há tristeza
É de desesperança o caminho...sem presente e sem futuro
Segue em frente sem medo...gritando em coro a incerteza
Rompe as correntes...derruba com a voz da razão esse muro

É noite no meu País...há desalento nos olhos do meu povo
Raiada de negro...desfralda-se ao vento a minha bandeira
Já nem é cor de esperança nem de sangue...tinge-a de novo
Com as belas cores rubras...sacode-lhe do orgulho a poeira

É noite no meu País...leva meu povo a revolta a passear
Solta as palavras que guardaste para o tempo de liberdade
Levanta a tua mão e acusa quem os teus filhos está a roubar
Não sorrias magoado...planta enfim os cravos da igualdade

É noite no meu País...é Inverno na alma do meu nobre povo
Tangem sinos de descrença...levanta os braços cansados e luta
Pelo Portugal prometido...fá-lo das cinzas renascer de novo
Unidos na mesma crença...bebendo do mesmo copo a sicuta

É noite no meu País...a madrugada dos cravos está morrendo
O pão dos teus filhos está minguando...o sol deixou de brilhar
Com a indiferença dos verdugos deste povo...sempre crescendo
Caminha sem medo meu povo com um grito de revolta no olhar

                       No límite das forças...no fio da navalha
                       Assim caminhas meu País...desencantado
                       Vilipendiado e vendido pela escumalha
                       Grita meu povo por um Portugal libertado
     
        
            Hoje sou um grito de revolta...pelos filhos do meu País


terça-feira, 11 de setembro de 2012

COMEMORANDO 3 ANOS DE BLOGUE


Minhas queridas e meus queridos amigos
Parece que foi ontem que aqui cheguei...tão de mansinho quase para não ser notada, mas a pouco e pouco foram chegando e afagando a minha alma com as vossas palavras de carinho...e renasci das cinzas.
Hoje tenho 881 seguidores...296 postagens e 22 635 comentários o que me deixa muito feliz e agradecida por tudo o que me têm dado...OBRIGADA do fundo do meu coração.
Deixo estas 3 rosas, uma por cada ano que passei aqui abrindo todos os dias com emoção esta porta de ternura.
Beijinhos com carinho
Rosa
Deixo também o bolo e o champanhe e para a comemoração ser completa e como tantas vezes me dizem para escrever um poema de amor, deixo estes Versos Profanos, que não são versos...é um sonho de amor.

Para quem quiser levar os selinhos (pedindo desculpa por isso), estão no meu blogue de selos neste link:

http://rosasolidao2.blogspot.pt/2012/09/o-meu-selinho-de-3-anos-de-blogue.html


Versos Profanos...

Prende-me meu amor nos teus braços...faz-me eternidade...faz-te o sangue e a vida no meu corpo...respira da minha boca o infinito...do meu ventre a chama do amor...faz-me terra e imensidão...desenha-me vento e brisa...grito e gemido de prazer...rosa púrpura...incendeia-me com o fogo do desejo e leva as cinzas...espalha-as ao vento...veste-me o vermelho da paixão e deixa-me ser céu e mar...sacia-me esta sede de amor...esta fome de ternura.
Em prosas e versos meu amor faz de mim o teu poema...o vinho maduro que extasia o teu olhar...a taça transbordante de amor...retábulo de ilusão...faz-me pão e semente...seiva do teu desejo...beijo na tua pele...amanhece-me nos teus lábios...envolve-me nas tuas mãos e tatua na minha pele o desejo que me escorre do corpo e ressuscita-me numa noite de amor...faz-me carne e desejo no teu corpo e murmúra no meu olhar uma melodia de amor e no meu ventre a volúpia do prazer.
Nos teus dedos decifra os mistérios do meu corpo...faz-me intensa e breve paixão...deixa-me esperar-te nua...ser ilusão na tua boca e vestida de seda deixa-me meu amor ser a outra de mim...a que na noite te sonha e que no sonho te chama e num leito de ilusão se entrega...tão tua...tão nua.
Deixa-me meu amor ser a perdida...alma e corpo...desejo e loucura...desata as tuas mãos nos meus cabelos e liberta-me meu amor da loucura que me escorre do corpo...um breve instante de desejos profanos de toques insanos...deixa-me meu amor ser louca...ser boca...ser Paraíso e Inferno...amor eterno...ser loba...ser lua...ser cio...anjo e demónio...veneno de amor...deixa-me meu amor ser pele...ser tua.


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Escrevo-me...


O que escrevo...não escrevo para ninguém...só me descrevo
Apenas um orgasmo amordaçado...lençol feito de palavras
Uma melodia fúnebre...véu de escuridão onde me embebo
Gota a gota...escorre o silêncio dos meus dedos como lava

O que escrevo...é a escuridão onde me afundei...sou eu
Sou um erro...o avesso de tudo o que quiz...apenas poeira
Sou a sombra do meu chão...sou um corpo que anoiteceu
Restos de momentos vazios...uma alma sem eira nem beira

O que escrevo...são folhas soltas ao vento...minha solidão
Páginas negras que escrevi...rimas nefastas que guardei
Livro amarelecido do meu destino...preso na minha mão
Vagando no sonho...envolta na noite...não me encontrei

O que escrevo...são restos de luz e sombras...tudo e nada
Vendaval de palavras...solidão da mulher...punhal da poesia
Um murmúrio...uma prece muda...na minha alma sufocada
Rio obscuro de palavras envoltas em triste e doce melodia

O que escrevo...é o sangue que escorre da palavra ferida
Retalhos do coração...as entrelinhas do que fui...do que sou
Um adeus mudo...uma esperança adiada...uma rima perdida
Livro por escrever...uma história de amor que o vento levou

O que escrevo...não é para ti meu amor...é para a dor
Que tomba do meu peito...que cai triste do meu olhar
Uma melodia em silêncio...escrita num campo em flor
O que escrevo...são restos de mim...doloroso caminhar


De pedra e cal...voltei serena

domingo, 2 de setembro de 2012

Venho deixar uma rosa...



Minhas amigas e amigos...hoje venho só deixar esta rosa e agradecer o carinho e apoio que me deixaram nos comentários e por e-mail.
Foi muito desgastante, porque o blogue que tinha mais de 40 poemas meus e todos misturados numa amálgama que fazia pena ver, devia ser para eu não encontrar nas pesquisas, por isso tive que correr o blogue página a página, quando me deitei era quase manhã e como havia poemas de outros amigos, foi feita a denúncia ao Google e deletaram o blogue da senhora.
Há pelo menos mais dois que também têm muitos poemas meus, vão ficar para outra altura, neste momento estou desgastada, mas não desisto de querer o seu a seu dono, não devemos deixar que pessoas sem dignidade se apoderem do que é nosso e ponham os nomes deles no que não lhes pertence...e quem escreve sabe o quanto por vezes dói desnudar a alma.
Quero também aproveitar para dizer que os meus poemas estão à disposição de quem sempre os tem postado nos seus blogues e sempre com os devidos créditos e dizer também que é sempre uma honra para mim e quero que sempre que queiram dar-me esse prazer o continuem a fazer, basta pedirem num comentário que eu envio por mail (infelizmente tem de ser assim), sei que me compreendem.
Amanhã voltarei a postar normalmente e pôr os comentários em dia, não tenho conseguido tempo para vos visitar e peço desculpa por isso.
Esta é a minha segunda casa e não são pessoas sem nível que vão conseguir afastar-me dela.

Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora